A ansiedade e o stress associado a esta nova realidade, por vezes, pode culminar em períodos de descompensação alimentar, com alterações de apetite e consumo de alimentos mais ricos em açúcar e de rápida absorção. Sem trabalho e rotinas familiares definidas pode deixar de haver horários, regras e a perda de controlo pode afetar a forma como se relaciona com a alimentação e confecção de alimentos. Para manter uma alimentação equilibrada do ponto de vista nutricional é necessário haver organização.
A maior parte das pessoas, mesmo estando em casa, acaba por não ter tempo livre para cozinhar refeições saudáveis e/ou descobrir novas receitas. Sem o habitual funcionamento das escolas e com o teletrabalho, por vezes, a solução mais imediata é mandar vir comida. O cansaço até pode aumentar, mas continuar a ser necessário cozinhar e organizar muito mais refeições, pois todas elas são feitas em casa e são para todos os membros da família.
Outras pessoas, sem filhos pequenos e/ou em layoff, podem efetivamente ter muito mais tempo livre que pode ser direcionado para o exercício físico e elaboração de pratos saudáveis, mas nem sempre é o que acontece.
Como manter uma alimentação equilibrada estando em casa?
Tudo passa por uma questão de organização.
Manter as rotinas e os horários das refeições é importante para não se sentir perdida(o) em termos alimentares e comer ao som dos descontroles de apetite.Não deve passar mais do que 3 horas sem comer, nem saltar refeições e muito menos derrapar o jantar pela noite dentro!
Para que não sinta que passa os dias a cozinhar, o ideal é preparar pratos e receitas que sejam passíveis de dar para mais do que uma refeição e que, eventualmente, possam ser congeladas para aumentar o tempo de vida útil das mesmas. Assim sopas, papas de aveia no forno, panquecas, comida de forno entre muitas outras opções devem ser consideradas alternativas interessantes.
Outra dica passa por fazer uma lista de compras adequada às necessidades da família e compatível com esta nova realidade, de modo evitar as saídas desnecessárias ou o excesso de sobrecarga aos funcionários que todos os dias são responsáveis por nos fazer chegar encomendas em casa. E, claro, não comprar alimentos de fraca qualidade nutricional, uma vez que é mais fácil resistir às tentações se não existirem.
Como elaborar a sua lista de compras?
Fazer uma boa gestão das compras é essencial para manter uma alimentação variada e equilibrada a nível nutricional. Assim, aqui ficam algumas dicas que deve ter em atenção na hora de elaborar a sua lista de compras:
- Hortícolas frescos com maior durabilidade, como cenoura, brócolos, couve-flor, feijão verde, curgete ou ultracongelados (sem adição de açúcar, sal ou outros aditivos);
- Frutas com maior durabilidade, como maçã, pêra, laranja, tangerina ou frutos vermelhos ultracongelados;
- Cereais de pequeno-almoço integrais, como flocos de aveia ou outros de preferência não açucarados,
- Farináceos complexos, como massa e arroz integrais, batata doce, quinoa;
- Pão com farinhas não refinadas, como centeio, malte, alfarroba, espelta, amêndoa, trigo sarraceno, aveia, etc;
- Leguminosas secas, em conserva (de preferência sem adição excessiva de sal ou outros aditivos) ou ultracongelados, como grão de bico, feijão, ervilhas, lentilhas;
- Leite e derivados (caso não haja nenhuma intolerância ou recomendação médica ou nutricional que o impeça), como queijos mozzarella, cottage, ricota, feta, iogurtes magros não açucarados, queijo creme light, bolinhas de queijo light ou triângulos de queijo light;
- Azeite;
- Carnes magras (peru ou frango) que podem ser congeladas para aumentar durabilidade;
- Peixe ultracongelado pronto a cozinhar ou conservas de pescado (atum ao natural ou conservas com base de tomate ou água);
- Frutos secos oleaginosos, como amêndoas, nozes, avelãs, castanhas do Brasil ou cajus (sem sal);
- Ovos frescos ou claras UHT.
