3 Dicas para mudar de vida profissional

Cassiana Tavares // Outubro 30, 2021
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Porque é que alguém haveria de avançar no calendário arrastando uma vida profissional que sente ultrapassada? Se pensa em mudar de emprego, deixo aqui algumas pistas para fazer a carreira avançar agora que nos aproximamos do final do ano.

3 Dicas para quem quer mudar de vida profissional:

1. Porque é que precisa de algo novo na carreira?

Saber “porquê” é condição fundamental. Não é uma opção. O porquê é o motivo. A razão pela qual se quer mover em direção a algo novo. Use estes meses para esclarecer isso. Precisa de mais rendimentos? Sente que precisa de mais tempo para descansar? Procura outra atividade que a/o realize mais porque já não se interessa pelo que está a fazer? Valoriza tempo livre, trabalho de equipa ou quer fazer algo com impacto social? Precisa de aprender, de desenvolver-se? Quer partilhar o seu conhecimento, num ambiente aberto em que as pessoas realizam juntas?

Responda primeiro a esta questão para ter motivos claros de mudança, visto que encontrar trabalho é um trabalho em si mesmo e convém ter resiliência. Os motivos vão ajudar a isso. Depois, pode à partida selecionar oportunidades de trabalho compatíveis com os seus motivos. Imagine-se a mudar a sua vida toda e a ficar frustrado com o novo emprego. Repare que isso pode sempre acontecer, mas da minha experiência a acompanhar profissionais, as mudanças são pouco intencionais e muito reativas. Isso significa que as pessoas saem em fuga do seu anterior trabalho e agarram qualquer oportunidade, movendo-se na carreira de forma errática. Não faça isso! Seja intencional: saiba porque quer mudar e vá em direção às oportunidades.

2. Faça um mapa do presente

Isso significa basicamente uma apreciação muito honesta de quem é, dos resultados que gerou, do que sabe fazer e das habilitações que possui. Não se vai a lado nenhum sem um ponto de partida. E, por favor, não se deixe levar pela ideia de que deve atirar tudo o que conquistou até agora pela janela. De facto, isso é impossível. Cada aprendizagem, cada experiência grava-se em nós, não apenas como se fossemos um reservatório. Nós somos transformados pelas coisas que aprendemos. Hoje, é uma pessoa com experiência profissional, com competências técnicas e comportamentais. E com resultados alcançados. Deixe-me salientar este aspeto. Um potencial empregador está especialmente interessado em quem você é e nos resultados que conseguiu. Não em quem você aparenta ser. Integridade e sucesso, se quisermos. O seu mapa deve apontar para aí: a pessoa e os resultados do seu trabalho. E na prática, isso significa, apresentar as suas capacidades técnicas e as competências transversais, bem apoiadas pelas suas realizações.

Por isso, depois dos motivos, escreva este mapa. Com o mapa terá uma biblioteca de informações sobre si, que o ajudarão a selecionar oportunidades, a preparar as candidaturas, nomeadamente curricula e entrevistas. Pode ainda atualizar o seu perfil profissional nas redes sociais.

3. Inicie as candidaturas ou inicie a formação

Ora, vamos falar primeiro das candidaturas. Como já disse, arranjar um trabalho é um trabalho em si mesmo. Nas áreas tecnológicas, por exemplo, encontramos oportunidades com facilidade. Porém, em boa parte das atividades, vamos ter de fazer um percurso. Que varia de poucas semanas a um ano ou mais. E eu não sei qual será a sua experiência. Mas, sei que precisa de iniciar. E ser consistente. Explorar, identificar, responder com CV adaptado e se for selecionado ir à entrevista.

Recomendo que explore a sua rede de contactos. Peça informações sobre oportunidades e sobre a cultura das empresas a que se candidata e informe pessoas confiáveis de que está à procura de trabalho.

Por formação, falo de adquirir a qualificação necessária para uma área de interesse que identificou ou porque percebe que será impossível mover-se sem esse conhecimento ou certificação. Procure a escola com a melhor referência ao mundo do trabalho. Há muitas ofertas de ensino hoje e grande parte revelam-se uma enorme desilusão. Porque falham no que é mais crítico: ligar o conhecimento à prática. Dica preciosa: o corpo docente da formação deve ser composto por pessoas com experiência profissional na área. Em qualquer formação avançada para profissionais, queremos pessoas que saibam pela ciência e pela evidência prática o que estão a ensinar.

Vem aí o Ano Novo – entramos com vida velha?

Com as suas conclusões, determine quando iniciar este passo. Para mim, o momentum deve ser usado favoravelmente. Isto é, se já sei o que quero, uso o impulso para fazer o processo avançar. Claro que o/a leitor/a se conhece muito bem e vou convidá-lo/a a considerar dois perfis. No perfil um, as pessoas sentem-se esperançosas, concluindo o ano já à procura de algo novo, seja a enviar CV’s, seja num curso. No perfil dois, as pessoas sentem-se ansiosas por fazerem o processo muito perto do fim do ano e depois “já não passo o Natal sossegado/a” e a sentir que entram em 2022 cheios/as de incerteza. Por isso, aponte ao perfil mais parecido com o seu (para simplificarmos) e faça o seu calendário. Iniciar ainda em 2021 ou iniciar em 2022.

Não somos nós que perguntamos à vida o nosso propósito. É a vida que nos pergunta a nós.” 

São mais ou menos assim as palavras de Vitor Frankl. Sou fã assumida do neurologista que, sobrevivendo ao holocausto, dedicou a vida a convencer outros de que a vida vale a pena, de que podemos responder às circunstâncias mais hostis e de que se nada pudermos mudar que nos mudemos a nós.

É assim que eu me despeço, encorajando-o/a a acreditar que é sempre possível mudar.

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