8 Segredos para viver uma sexualidade feliz

Cláudia Morais // Setembro 15, 2021
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O sexo é aquilo que diferencia uma relação romântica das outras relações afetivas, pelo que, para que nos sintamos felizes e entusiasmados na nossa relação conjugal, também precisamos de sentir satisfação sexual. Quais são os segredos para uma sexualidade feliz?

1. Escolher a pessoa certa

Claro que quando iniciamos uma relação é porque nos sentimos suficientemente atraídos por um conjunto de atributos daquela pessoa que nos levam a acreditar que ela é – ou pode ser – a pessoa certa. Mas a maior parte das pessoas que eu conheço – dentro e fora do consultório – já passaram por desgostos amorosos e muitas dessas pessoas reconhecem que tendem a sentir-se atraídas pelo mesmo “tipo” de pessoas. Como refiro no livro “Manual do Amor”, cada um de nós tem um estilo de vinculação amorosa – seguro, ansioso, evitante ou desorganizado. Num mundo ideal seríamos todos seguros e as relações teriam maior probabilidade de dar certo, mas esse mundo também seria provavelmente mais monótono e entediante. Na prática, há algumas combinações mais desafiantes do que outras e escolher a pessoa certa pode implicar conhecermo-nos suficientemente bem, conhecermos as características e necessidades do nosso estilo de vinculação amorosa e, já agora, aprendermos a reconhecer se a pessoa que nos atrai é ou não aquela que vai ser capaz de vir ao encontro das nossas necessidades.

2. Falar abertamente sobre sentimentos e necessidades, também no que toca à sexualidade.

Um casal que não discute é, por norma, um casal que não se conhece mutuamente, que não tem uma relação que possa ser considerada íntima do ponto de vista emocional e um casal que, mais cedo ou mais tarde, também vai sentir-se insatisfeito em relação à sexualidade. Ora, se no início de uma relação é sobretudo o desejo por “aquilo” que não é nosso que nos move, numa relação de compromisso o desejo anda de mãos dadas com a segurança e com o preenchimento das nossas necessidades. Se nos esquivarmos a falar sobre o que sentimos – dentro e fora da cama – o mais provável é que comecemos a olhar para a pessoa por quem nos apaixonámos como alguém que até pode continuar a parecer-nos fisicamente atraente, mas por quem não sentimos desejo. Todas as pessoas têm problemas, inquietações e dificuldades. Aquilo que costuma diferenciar os casais satisfeitos com a sua sexualidade dos outros não é a inexistência de problemas ou de sentimentos desagradáveis. É, sobretudo, a capacidade de responder com atenção, afeto e compaixão a cada dificuldade.

3. Fazer “conchinha” depois do sexo

Ao contrário do que uma boa parte do cinema e da imprensa nos tenta “vender”, não é o número de vezes que fazemos sexo ou o número de posições do kamasutra que experimentamos que faz com que nos sintamos mais felizes com a nossa sexualidade. Um dos indicadores de satisfação sexual que a ciência nos tem demonstrado é a “conchinha”. Os casais que se sentem mais felizes com a sua sexualidade tendem a aninhar-se um no outro depois do sexo. Na verdade, isso é mais uma demonstração da ligação que sentem.

4. Cultivar a confiança

Pode não ser a frase mais sexy do mundo, mas a amizade é a base de qualquer relação conjugal feliz e é também, segundo a investigadora Emily Nagoski, educadora sexual com décadas de experiência, um dos dois grandes pilares da satisfação sexual (o outro está identificado no ponto 7). Nós podemos ter sexo louco e intenso com um desconhecido, podemos ter sexo diariamente com pessoas diferentes, mas as investigações mostram que as pessoas casadas tendem a assumir que fazem mais e melhor sexo do que quando estavam solteiras. Isso tem tudo a ver com a amizade e com a confiança. Diariamente podemos escolher entre assumirmos uma postura honesta, confiável e transparente ou não. Quando mostramos o que realmente sentimos, mesmo que seja o nosso desagrado, estamos a cultivar a confiança. Quando mostramos que nos importamos com o que a pessoa que amamos sente e que queremos estar “lá” para ela, estamos a cultivar a confiança. Quando honramos os nossos compromissos e fazemos aquilo que prometemos, também.

5. Alimentar a própria individualidade

A sexóloga Esther Perel popularizou o termo “inteligência erótica”. Segundo a investigadora, é dificílimo desejarmos aquilo que já temos, pelo que, se nos descuidarmos, é possível que ao fim de alguns anos passemos a olhar para a pessoa que está ao nosso lado mais como um/uma irmão/irmã do que como um(a) amante. Na prática, a nossa individualidade, aquilo que continuamos a fazer por nós, para além dos planos a dois, é uma das formas de mantermos uma “distância de segurança”, que nos permite olhar um para o outro com a certeza de que há sempre algo para descobrir. É como se aquilo que fazemos por nós, individualmente, nos permitisse aliar uma dose de mistério, de adrenalina e de incerteza à segurança e à previsibilidade que existem nas relações duradouras.

6. Manter a mente aberta em relação à novidade

Uma relação precisa tanto de segurança e previsibilidade quanto de mistério e novidade. Mas não é apenas a novidade na individualidade. À medida que os anos passam, a vida muda-nos. Nenhum de nós é a mesma pessoa depois de vinte ou trinta anos e muitas vezes não é fácil acompanhar as mudanças da pessoa que está ao nosso lado, manter o ritmo. Algumas pessoas deixam de comer carne e passam a ser vegetarianas. Outras descobrem o prazer de viajar depois de os filhos saírem de casa. Ou o prazer do exercício físico. Se cada um estiver disponível para continuar a descobrir o outro e para alinhar em programas novos, experiências novas, aventuras novas, é mais provável que o casal continue a sentir-se unido e entusiasmado.

7. Ir à festa… mesmo quando não apetece

Certamente já passou pela experiência de não ter a mínima vontade de ir a uma festa ou a outro evento, mas acabar por ser arrastado(a) por outras pessoas ou sentir-se na obrigação de marcar presença por consideração a um familiar ou a um(a) amigo(a) e, depois, assumir que foi a melhor coisa que fez porque acabou por se divertir. Nem sempre nos apetece fazer sexo. Às vezes já temos o pijama vestido ou está a começar a nossa série de televisão favorita e é fácil dizer “não”. Mas quando cedemos e nos deixamos levar pelas carícias da pessoa que amamos, acabamos por divertir-nos e sentir prazer. Aquilo que os casais mais felizes com a sua sexualidade têm em comum é a amizade e o facto de darem prioridade ao sexo. Eles aparecem na festa, ainda que, no início, nem sempre lhes apeteça. Isso não significa que estejam sempre disponíveis ou que não haja negas. Claro que há! Outra coisa que estes casais têm em comum é o facto de saberem lidar com as negas: não há culpabilização nem amuos. Há carinho e compaixão.

8. Gerir as expectativas

Os casais felizes NÃO são almas gémeas, não leem pensamentos, não são atores pornográficos, nem chegam diariamente montados num cavalo branco com um ramo de flores na mão. A satisfação sexual tem pouco a ver com performance ou com a frequência das relações sexuais. A maior parte das pessoas faz menos sexo do que gostaria ou do que idealizara. Porquê? Porque a vida acontece. Porque há rotinas que nos atropelam, há problemas que nem sempre conseguimos afastar do nosso pensamento, porque há birras e outras solicitações para gerir, porque há sono, muito sono. De vez em quando podemos ter de colocar na agenda um ou outro lembrete para que não nos esqueçamos de namorar, ou simplesmente reservar tempo e escolher, intencionalmente, manter o resto da vida (preocupações) em stand by. Gerir as expectativas não é baixar a fasquia. É sermos justos e bondosos connosco e com a pessoa que está ao nosso lado.

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