Aprenda a comer para si com a Alimentação Funcional

Lillian Barros // Maio 2, 2019
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Ao longo dos anos, a medicina tem conseguido a fantástica proeza de aumentar (consideravelmente) a nossa esperança média de vida. É inegável que cada vez conseguimos viver durante mais tempo!

Mas ainda mais importante que o número de anos que adicionamos à nossa vida, é garantir que esses anos são vividos com qualidade de vida. Do que nos vale vivermos muito, se vivemos doentes? É aqui que a alimentação pode fazer toda a diferença!

Nunca se falou tanto em nutrição como hoje em dia, mas muitas vezes este excesso de (des)informação consegue confundir os mais atentos e curiosos. Afinal o que devemos comer? O que é que nos faz realmente bem? Como devemos distribuir os alimentos ao longo do dia? Em que altura?

O que é afinal a nutrição funcional?

Sabemos que nem todo o alimento que é bom para uma pessoa, deve ser considerado indicado para outra pessoa. Por este motivo, em vez de nos limitarmos à simples prescrição de uma dieta padronizada, com alimentos tidos como saudáveis, tornou-se fundamental rastrear os sinais, sintomas e características de cada paciente e, através da alimentação, corrigir os desequilíbrios nutricionais.

A nutrição funcional é considerada, por muitos, a nutrição do século XXI, a verdadeira forma de ver, falar e aplicar a nutrição. Nela, a alimentação é vista como um todo, não se ficando apenas pela mera contagem de calorias. Aliás, os alimentos são muito mais do que isso, “simples calorias”!

A alimentação funcional vai muito para além da perda ou ganho de peso.

Reconhece a individualidade do alimento, da sua estrutura nutricional e enaltece formas inteligentes de os combinar ou confeccionar. É muito diferente consumir um mesmo alimento cozinhado ou em cru… a maior parte das pessoas tem esta noção.

Mas será que sabe que a melhor forma de consumir o tomate é cozinhado? E não como componente cru de uma salada? A biodisponibilidade do licopeno, um potente antioxidante presente neste alimento tão comum nas nossas mesas, é muito superior quando sujeito a temperatura.

Por isso sempre que possível opte por sopa de tomate, molho de tomate (caseiro) ou refogado em cru com tomate para base dos seus cozinhados, em vez das clássicas saladas de alface, tomate e orégãos.

Reconhece a interação entre os nutrientes e os alimentos.

Sabia que é muito diferente comer um alimento de forma isolada ou combinado com outros? Certos alimentos beneficiam da associação com outros nutrientes para potenciar a sua absorção. Outros há que impossibilitam ou retardam a utilização de determinado componente nutricional quando consumido em conjunto.

Por isso é importante conhecer profundamente o alimento que tem no prato, para conseguir saber se está realmente a tirar o melhor proveito do mesmo.

É o caso do ferro e da vitamina C ou da mistura da curcuma (ou açafrão das índias) com a pimenta preta. Estas combinações potenciam a absorção dos ingredientes destes alimentos.

Já combinar chá verde com alimentos ricos em ferro é desaconselhado pois a cafeína/teína presente nesta bebida interfere com a absorção deste mineral.

Reconhece a autenticidade do alimento e a individualidade de cada pessoa.

Na nutrição funcional, para além de reconhecer a importância do alimento, valoriza-se a sua origem e a sua forma de produção, garantindo que se consomem alimentos autênticos, genuínos, da época e como tal com elevada riqueza nutricional.

Ao mesmo tempo que defende a autenticidade do alimento, identifica o indivíduo, interpreta sintomas e ajusta as escolhas alimentares a cada caso específico. Na verdade não trata problemas isolados, mas sim a pessoa no seu conjunto na sua multiplicidade de “problemas” e características individuais.

É uma alimentação personalizada e preventiva, que pode ser utilizada tanto para perder peso, como para situações clínicas variadas.

Deixámos de contar calorias e começámos a contar nutrientes e a forma como interagem!

Foto: Edgar Rodrigues

O que é feito em consulta?

Durante as consultas são abordados diversos assuntos, como por exemplo:

  • Funcionamento intestinal;
  • Alterações de humor;
  • Sinais de ansiedade;
  • Entre muitos outros.

De acordo com as respostas, sinais e sintomas apresentados pelo paciente, tentamos moldar novos hábitos alimentares, criando um plano realista para reequilibrar as carências ou excessos de nutrientes no organismo.

Mais do que um plano hipocalórico, onde é indicado à grama, de carne ou de peixe, que deve ter uma refeição principal, tentarmos tornar o panorama mais simples, mais intuitivo e, acima de tudo, muito mais realista.

O objectivo é criar novos hábitos para a vida, não planos provisórios de atuação nutricional. É muito importante o papel ativo do paciente em toda a tomada de decisão.

O nutricionista deve entender a problemática, conhecer o paciente e toda a sua envolvência, ajudar a orientar, a melhorar as escolhas alimentares e não deslocar a pessoa da sua realidade.

Acima de tudo, o que tentamos fazer é enraizar novos hábitos, criando em conjunto com o paciente um plano realista, deixando de lado planos standard ou demasiado idealistas!

Pilares da Nutrição Funcional

Com o principal objetivo de melhorar e/ou recuperar a saúde dos pacientes, a Nutrição Funcional:

  • Reconhece uma individualidade bioquímica em cada indivíduo;
  • Estrutura um plano nutricional centrado no paciente, criando as condições ótimas para uma efetiva atitude proativa e de colaboração da pessoa no seu plano alimentar;
  • Pensa a nutrição como interveniente na criação de um equilíbrio orgânico dinâmico;
  • Compreende o papel da nutrição na vasta rede complexa de interações entre os vários sistemas e funções orgânicas;
  • Apoia a recuperação de saúde entendida como uma vitalidade positiva;
  • Promove as reservas nutricionais do organismo, com recurso, quando necessário, a suplementação de nutrientes essenciais.

Áreas de atuação da Nutrição Funcional

  • Emagrecimento ou ganho de peso;
  • Ciclo Feminino (síndrome pré-menstrual, alimentação da grávida, fertilidade, amamentação, recuperação pós-parto, menopausa);
  • Alimentação infantil (primeiro ano de vida, promoção de QI, hiperatividade, insónias, obesidade, entre outros);
  • Cancro, Diabetes e Doenças Cardiovasculares (prevenção primária e secundária de AVC e enfarte, colesterol elevado, hipertensão);
  • Nutrição desportiva;
  • Gestão de stress, ansiedade e depressão;
  • Reforço imunitário (prevenção de infeções, viroses, gripes e constipações);
  • Doença de Parkinson, Alzheimer, Fibromialgia, Esclerose Múltipla;
  • Doenças autoimunes como Lúpus, Sarcoidose, Doença de Crohn e terapia com corticoides;
  • Função Tiroideia (Hipotiroidismo, Hipertiroidismo, Tiroidite de Hashimoto);
  • Intolerâncias Alimentares (glúten, lactose);
  • Funcionamento Intestinal (obstipação, desarranjo intestinal e Síndrome do Cólon Irritável);
  • Melhoria da qualidade do sono (insónia e agitação noturna);
  • Enxaquecas e dores de cabeça;
  • Aumento dos níveis de energia do dia-a-dia, concentração e memória;
  • Prevenção de alguns tipos de cancro.

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