Do oito ao oitenta, a escala da aceitação, ou melhor, da necessidade de aceitação, é vasta e tem várias manifestações, implicações e momentos.

Do oito ao oitenta, a escala da aceitação, ou melhor, da necessidade de aceitação, é vasta e tem várias manifestações, implicações e momentos.
Muitas vezes procuramos nos relacionamentos, para além da partilha de um sentimento e de um projeto de vida, aquilo que nunca sentimos pelas nossas figuras vinculativas ao longo da vida: amor, valor, beleza, segurança, confiança, suporte e atenção.
Assumir que podemos ser as personagens principais da nossa história poderá ser um bom ponto de partida neste caminho onde estamos a aprender a olhar para nós, sendo que se esta história for feita sozinha nunca passará de um monólogo. Todas as histórias têm vários personagens sendo que cada um tem o seu papel e a sua importância.
Viver de forma inteligente com todas as emoções é crucial para construirmos uma boa saúde mental. Sendo que a saúde mental também é o reflexo do equilíbrio emocional. E o equilíbrio emocional acontece quando aceitamos viver com todas as emoções. Todas!
Crescemos com a ideia de que viver é bom e que ser crescido traz felicidade, e depois acabamos por viver zangados e tristes porque a vida não é nada daquilo que pensávamos que era.
A saúde é sempre uma questão de equilíbrio, incluindo nesta balança também a gestão emocional. Temos esta dificuldade em permitir sem medo a tristeza, de a olharmos de frente e de nos descobrirmos através dela. Por outro lado, às vezes apegamo-nos tanto, que não sabemos viver de outra forma.
A COVID-19 despiu-nos e mostrou-nos as nossas verdadeiras vulnerabilidades, também elas presentes nas vidas que já eram felizes. Despiu-nos porque nos sentou em casa e nos convidou a olhar para o que tínhamos dentro dela, dentro de cada um de nós e que mundo conseguimos ver das nossas janelas.