Guia para uma vida simples

Marta Arrais // Março 20, 2022
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vida simples
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Nos momentos mais complicados e desafiantes talvez tenhamos desejado que a vida viesse acompanhada de um manual de instruções. Que soubéssemos o que fazer quando o mundo nos retira do nosso conforto, nos distorce a nossa paz interior e nos deixa sem chão.

São muitas as vezes em que nos debatemos por encontrar soluções perfeitas, caminhos sem pedras capazes de nos ferir, pessoas que nunca nos magoem ou façam sofrer. No entanto, esse cenário existe, apenas, dentro de nós e acaba por não condizer, em quase nada, com a realidade. Aquilo que precisamos de decidir, ninguém decidirá por nós. A relação com os outros, ainda que os amemos profundamente, vai ter dificuldades, lágrimas, mágoas e outras atribulações. As soluções simples e plenas… também não me parece que existam.

Sendo assim, como é que podemos viver uma vida mais simples? Mais de acordo com a nossa consciência? Como é que podemos aceitar mais plenamente o que nos vai acontecendo, sem encetarmos uma guerra dentro do coração?

É sobre isto que reflito no livro “Guia para uma vida simples”. As páginas deste roteiro não vão oferecer receitas mágicas que possam ser coladas à vida de cada um, ou postas em prática sem trabalho interior. Cada um dos leitores terá oportunidade de pensar sobre a forma como tem estado a viver a sua vida, sobre como lidou com o confinamento e as aprendizagens que esse tempo lhe trouxe, sobre como poderá viver mais de acordo com a sua verdade, a sua fé e as paisagens que o habitam debaixo da pele. Cada texto poderá atravessar o quotidiano de quem decidir lê-lo e de quem quiser deixar-se incomodar e desarrumar por ele. Depois dessa sugestão de reflexão haverá sempre algumas pistas que poderão ajudar o leitor a simplificar os seus dias e a encontrar-se, mais vezes, consigo próprio.

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Para ser simples é necessário querer. 

É preciso ter a coragem de pensar sobre a forma como estamos a viver a nossa vida, sobre a forma como nos relacionamos uns com os outros nos mais diferentes contextos. Depois de olhar para o que somos, será importante aceitar o que vemos e tentar adaptar a nossa alma ao que a vida nos vai pedindo. 

Felizmente, para ser simples, nunca será necessário um grande esforço. Basta ter consciência do que essa leveza implica e significa. É preciso que nos baste o essencial. 

O abraço apertado dos que mais amamos. A oportunidade de lhes dizer adeus e de nos despedirmos. A alegria do reencontro. O deixar o vento fresco soprar-nos na cara quente, num dia abafado de verão. A voz dos que nos são tudo, no final de um dia difícil. O cheiro da relva acabada de cortar. O cheiro do pão acabado de fazer. A possibilidade de chorar acompanhado e de ter quem nos enxugue as lágrimas e quem nos dê esperanças por estrear.

Quando desejarmos saber o que é isso da simplicidade e do retorno ao essencial, bastar-nos-á perguntar: Quando se apagam todas as luzes, quando tudo é silêncio, o que fica? O que sobra?

Será aí, nessa resposta, que mora a essência do que a vida é. E pode ser.

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