Abre o riso, que de dor, já chega a do mundo

Fátima Lopes // Outubro 18, 2021
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LaBaq
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Estava agora a ouvir a música “Quiça”, da LaBaq, e fiquei a pensar na letra. Fiquei a pensar nas coisas simples que ela refere, mas que tantas vezes nos passam ao lado no dia-a-dia porque a vida corre demasiado depressa e porque nós aceleramos ainda mais o passo. Muitas vezes sentimos que fazer tudo a um ritmo mais lento é quase contra natura porque não estamos habituados a que assim seja. 

“Não, eu vou andar mais devagar para poder sentir.”

Só raras excepções fazem a vida andar numa velocidade mais lenta. Verdade? E, o facto de vermos quase todas as pessoas sempre em passo de corrida, faz com que se padronize esse comportamento e se crie a ideia de que o normal é andarmos constantemente acelerados, a fazer o máximo de coisas no espaço mínimo de tempo. 

A gente devia parar todo o dia e ver o pôr-do-sol, e a gente saía correndo de alegria só de ter dez minutos mais com quem a gente ama.”

Hoje, quando ouvi esta música da LaBaq, senti que é exatamente isto. São estas pequenas coisas como o parar, o sentir, o respirar, o toque, que são tão importantes, porque por vezes parece que ficamos dormentes de tanta velocidade que imprimimos à nossa vida e ao nosso corpo… Assistir ao nascer e/ou ao pôr do sol, é um daqueles pequenos-grandes privilégios que dão uma cor completamente diferente ao nosso dia e à nossa vida. Poder estar dez minutos, ou até um minuto que seja, com as pessoas que amamos é precioso e é algo que devíamos, sem dúvida, estimar mais. 

Quantas vezes priorizamos os mil afazeres da interminável lista de tarefas, em vez de pararmos um pouco para nos dedicarmos a quem compõe o nosso universo afetivo? 

E é só quando nos faltam as pessoas que amamos, que nos apercebemos que esse um minuto de atenção teria valido mais do que algumas semanas da nossa vida…

Se puderem, parem os tais dez minutos para estarem com quem amam, para telefonarem a quem amam, para mimarem quem amam, para lhes dizerem: “Eu amo-te”. Isso não leva dez minutos. Leva escassos segundos!

Uma chamada de atenção para a simplicidade  

Todas as outras frases que compõem a letra desta música, são  frases que chamam a nossa atenção para a simplicidade e para todas aquelas coisas que compõem o nosso quotidiano e que consideramos normais. 

E toda mãe pudesse ser muito mãe.”

Às vezes não conseguimos ser tão mães quanto gostaríamos, de novo, porque corremos, corremos e corremos. 

Ser feliz até o último fio de cabelo.”

Na verdade, é isso que mais ambicionamos. Todos queremos ser felizes o maior número de momentos possível, o maior número de dias, de horas, de minutos e segundos. Certo?

E, mesmo depois de todas as pistas que a LaBaq nos dá para sabermos parar e sentir a vida de outra maneira, ela deixa uma última ajuda para quem, mesmo assim, não estiver ainda sintonizado: 

E se for caso de ser indeciso, abre o riso, que de dor, já chega a do mundo.” 

É como quem diz: utiliza o teu sorriso, que é das melhores ferramentas que podes ter. O teu sorriso é uma benção para ti e para os outros, porque cada vez que tu sorris, a tua alma ilumina-se e a dos outros também.

Vale a pena ouvir uma e outra vez. 

Nota: Fotografia por Verónica Silva

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