O luto de um grande amor

Fátima Lopes // Fevereiro 16, 2020
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A música da Carolina Deslandes, “Adeus amor adeus”, inspirou-me para este texto. É linda. Vale mesmo a pena ouvir. E se estiver em processo de luto e precisar de chorar, faça-o. Revisite a sua história e purgue o que houver a purgar. Faz parte do processo. 

O luto de um grande amor é sempre um tema delicado.

Primeira nota que gosto de deixar: é um privilégio viver um grande amor. Há pessoas que vivem a vida toda sem saber o que isso é. Muitas vezes sem saber o que é o próprio amor. Nunca experienciaram amar ou ser amadas. É importante começar por estar grato quando se viveu um grande amor. 

E como é que se faz o luto de um grande amor?

Depende daquilo que ainda se sente, quando a relação termina. E mesmo assim, há sempre luto a fazer. Quando já não se ama, é preciso saber encontrar o nosso novo sítio. A nossa história até aí era escrita a quatro mãos e agora passa a ser a duas. Então o primeiro passo é voltarmos a perceber qual é o nosso actual mundo. Onde estamos? 

Às vezes o fim de uma relação leva a que várias outras pessoas resolvam quebrar a ligação connosco. Não é nenhum drama. É só uma nova realidade. Então há que perceber quem está e que terreno pisamos. Depois reorganizar a vida pondo o foco em nós. Nas nossas competências, capacidades e lembrando todos os dias que queremos e que merecemos ser felizes, mesmo sozinhos. 

Na minha perspectiva, é muito importante relembrar o passado sempre que nos apetecer. Não é ficar lá, perdido, em “ses” e mais “ses”. É, sim, reviver episódios em que fomos muito felizes e acreditámos que este amor seria para sempre. Isto ajuda-nos a ter a certeza que havia razões para amar aquela pessoa e ter um projecto de vida com ela. E mesmo quando nos lembramos de situações menos felizes, registe que ficou uma pessoa mais rica, mais experiente e que cresceu.

Fazer o luto de um grande amor dói sempre.

É uma condição natural. O contrário é que não faria sentido, a menos que não fosse, efetivamente, um grande amor. 

Quando a relação termina e ainda se ama, o luto, por norma, é mais duro e pode ser mais prolongado. E isto porquê? Porque dificulta a nossa compreensão relativamente às razões que levaram a relação a chegar ao fim. Mas, atenção, não se victimize, não se ponha no papel de coitadinho. Isso não só não ajuda a diminuir a dor, como nos impede de crescer com aquilo que vivemos. 

A vida é uma coleção de experiências, e o amor também. Por isso, viva intensamente cada minuto em que amar e for amado. 

Nota: Fotografia por Verónica Silva

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