O que é o Vegetarianismo?

Rita Parente e André Nogueira // Outubro 2, 2018
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Celebrou-se ontem o Dia Mundial do Vegetarianismo. Há cinco anos atrás, não só não teríamos conhecimentos desta data, como também não saberíamos dizer muito acerca da dieta vegetariana. Hoje em dia, somos vegan, autores de um blog e de um livro de receitas 100% vegetarianas e não nos imaginamos a voltar aos velhos hábitos. E, aproveitamos estas datas especiais (sim, há várias!) para nos relembrarmos de todas as mudanças positivas que fizemos nas nossas vidas e para mostrarmos, a quem tiver interesse, como se vive bem “do lado de cá”.

Afinal, o que é o Vegetarianismo?

Apesar da recente popularidade conquistada por esta dieta, sabemos que os termos com ela relacionados ainda poderão gerar alguma confusão. Decidimos aproveitar esta ocasião para ajudar a esclarecer as dúvidas: a dieta vegetariana inclui apenas alimentos de origem vegetal e exclui os de origem animal; a ovovegetariana e a lactovegetariana (ou a combinação das duas) inclui também, respectivamente, os ovos e os lacticínios. Acontece que, no dia-a-dia, vemos mais utilizados os termos “vegetariana” e “vegan” na distinção entre as refeições e alimentos que contenham ovos e/ou lacticínios dos que são isentos de qualquer produto de origem animal. E, falaremos mais sobre o Veganismo e os seus contornos numa data a celebrar dentro de muito em breve. Mas, para já, não nos prendamos a rótulos, pois a celebração de um dia dedicado ao vegetarianismo merece muito mais e esperamos que este nosso pequeno contributo vá além de um mero esclarecimento de terminologia.

A nossa experiência:

Também nos iniciámos neste assunto sem prestar qualquer atenção a estes termos e sem definir objectivo, nem metas a cumprir. Estávamos em plena travessia de uma situação complicada de doença na família que, forçosamente, nos levou a questionar a integridade da nossa saúde e a forma como nos alimentávamos. A partir daí, bastaram algumas leituras e experiências na cozinha para nos apercebermos de que o nosso bem-estar melhorava a olhos vistos, à medida que reduzíamos o consumo de produtos de origem animal.

O livro “Anti-Cancro”, de David Schreiber, convidou-nos a dar o nosso primeiro passo a caminho de uma dieta 100% vegetal: eliminar as carnes vermelhas (vaca, porco e caça) dos nossos pratos. Entre este passo e o próximo (eliminar também as carnes brancas), não se passou muito tempo. Os nossos organismos diziam-nos o seguinte: carne é carne, seja de que animal for.

O peixe e o marisco, esses, mantiveram-se por mais tempo, porque algarvio que é algarvio não deixa de os comer de ânimo leve. Uns meses mais tarde, demos connosco a dar esse mesmo passo, depois de nos apercebemos que as refeições que os incluíam se haviam tornado nas mais difíceis de digerir.

No fundo, foi sempre essa a dinâmica: assim que eliminávamos um tipo de alimento da nossa dieta, sentiamo-nos quase instantaneamente melhor. Mas, depois de algumas semanas voltávamos a identificar certos sintomas, desta vez associados ao consumo dos alimentos de origem animal que ainda restavam. Uma coisa leva a outra, e ao fim de um ano demos por nós a comer exactamente como comemos hoje: totalmente à base de plantas.

E, aqui vale a pena sublinhar que, na dieta vegetariana, não nos devemos limitar a eliminar alimentos, mas devemos também acrescentar muitos outros.

Como é a nossa alimentação hoje:

Actualmente, comemos em maiores quantidades e em maior variedade do que comíamos há cinco anos atrás. Os nossos pratos são mais coloridos, têm mais texturas e sabores, e divertimo-nos muito mais ao experimentar novas combinações de alimentos e especiarias. É certo que já nutríamos um certo entusiasmo pela cozinha antes de sequer considerarmos o vegetarianismo (mais propriamente, a Rita), mas vemos agora este entusiasmo ampliado graças às possibilidades da cozinha vegetariana e aos benefícios que esta traz para o nosso corpo e para o nosso espírito.

Como aumentar o vosso entusiasmo pela cozinha vegetariana:

E, se gostariam de amplificar o vosso entusiasmo pela cozinha vegetariana, façam como nós fizemos no início da nossa transição e continuamos a fazer ainda hoje: procurem por receitas online e em livros (ouvimos falar de um tal de “Vegan Para Todos” que até escapa…), visitem restaurantes exclusivamente vegetarianos ou com opções (já existem tantos em Portugal!) e viajem para cidades pelo mundo fora onde a inovação vegetariana dá provas de estar a liderar no mercado. Estamos neste momento em Nova Iorque, a comer como se não houvesse amanhã e a experimentar tudo a que temos direito, de bebidas e comidas 100% vegetais.

Em jeito de conclusão, gostaríamos de acrescentar que, apesar de termos iniciado esta “viagem” por questões de saúde, é principalmente pelos animais que nos mantemos nela. Graças ao vegetarianismo, alinhámos os nossos comportamentos aos valores intrínsecos que todos nós nutrimos e manifestamos, se procurarmos por eles. Que bom que é ser saudável, comer até estar satisfeito e deliciado todos os dias (com comidas tão acessíveis a nível de oferta e de preço!), e saber que não causamos sofrimento a qualquer animal em prol das nossas papilas gustativas. Celebremos também as vidas dos animais!

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