Quando os santos da casa fazem milagres

Luís Pedro Martins // Junho 23, 2019
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A noite mais mágica do Porto está prestes a chegar e com ela as ruas, os bairros, cantos e recantos da cidade, voltam a encher-se de gente, de cheiros, de cor e de muita energia. Voltam a encher-se de alegria que é o que, genuinamente, liga as pessoas, independentemente da idade, da condição social, da raça, da nacionalidade e das crenças religiosas.

Somos todos São João.

Somos, por estes dias, todos, partidários do São João e, estejamos no arraial mais popular ou no mais requintado, nessa noite, efetivamente somos todos São João, sendo que o mesmo é dizer somos todos alegres e genuinamente bons.

Por longas horas, por toda a madrugada, o São João faz-nos esquecer o que nos inquieta e esforça-se por nos ensinar que a vida é sempre uma bênção e deve ser vivida em conjunto e de maneira celebratória.

E, é por isso que, quando na manhã seguinte, acordamos, apesar de extenuados, como que renascemos para o que realmente importa: a alegria da vida e a importância das pessoas. Das nossas, mas também das outras. Das tantas outras que, com graça e bonomia, nos martelaram a cabeça com alho porro para, como reza a história, nos transmitirem boa fortuna.

E, estas são já razões de sobra para acharmos que o São João é, de todos os Santos Populares, o que melhor combina com as gentes do Porto. Com a gentes do Norte.

A festa de São João celebra o nascimento.

Mas, há mais: a festa de São João é uma das poucas dos chamados Santos populares que celebra o nascimento, ao invés da morte. Celebra, portanto, a vida. Tal como o Porto e Norte. E, como se não bastasse, o São João bate, quase sempre, com o solstício de verão, com a celebração da luz, na sua expressão máxima.

O elogio da alegria e da vontade de viver em plenitude.

Desta soma de verdades, resulta, apenas e só, o elogio da alegria e da vontade de viver em plenitude que, espalhadas por toda a cidade, contagiam os muitos turistas nacionais e estrangeiros que nos visitam. Que já cá estiveram noutros anos e que quiseram voltar, porque sabem que, em nenhum outro lugar do mundo, se vão sentir tão plenos e genuínos.

Em tantos outros lugares do Norte também há São João.

A estes, e a todos os outros que hão-de vir, é preciso dizer que também em Braga, em Vila do Conde, em Vila Nova de Gaia, em Vila Real, em Viana do Castelo e em tantos outros lugares do Norte também há São João. Talvez diferente nos festejos, mas igual na alegria. Dizer-lhes também que as terras e as gentes do Norte são mesmo ímpares na celebração da vida.

É ver para crer. Venham. Serão, com toda a certeza, genuinamente recebidos. Venham perceber o porquê de ser esta a noite em que todos os sonhos se tornam realidade.

Viva o São João. Viva o Porto e o Norte.  

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