Sinto vontade de eternizar as palavras através da escrita porque, quando lemos as palavras de alguém, elas ecoam dentro de nós com magia, com sentimento, por vezes com intensidade e muita emoção.
O poder das palavras
Quando se lê um texto podemos ficar segundos ou até minutos “retidos” numa frase que reflecte exactamente o que precisamos de ler naquele momento exacto, trazendo-nos uma mensagem que nos pode abanar, que nos pode fazer estremecer, mas que, no final, nos tirará de um estado que talvez já se prolongasse há demasiado tempo, por estarmos apegados a emoções de medo, ansiedade e, acima de tudo, por nos faltar a fé. E, por isso, hoje, quero falar-te de rendição – só esta palavra já tem uma vibração especial, forte, poderosa…
Rende-te!
Rende-te agora, enquanto me lês, rende-te ao que possas estar a sentir, rende-te ao cansaço, rende-te ao medo, à exigência, à dor, rende-te à tristeza, rende-te a tudo, mas mesmo a tudo!
A rendição pede-te que abdiques da resistência de sentir o que estás agora a sentir, aceita, abraça, quebra o controlo, quebra com o “não devia sentir isto; não devia passar por isto; não devia ter este trabalho; esta relação; esta família ou esta doença”. Larga esse controlo mental, liberta…
Enquanto lês este texto, descontrai todos os músculos do corpo (não te esqueças dos maxilares), sê como uma folha leve ao sabor do vento, uma folha que adquire neste preciso momento uma consciência fundamental e necessária – tudo o que estás a viver é precisamente o que tens de experienciar agora. Tudo está certo, a acontecer no tempo divino, fazendo o teu ser receber a aprendizagem necessária para a sua evolução.
Como está a tua vida neste momento?
Rende-te… E, sem resistir, fecha os teus olhos, permite-te com distanciamento observar como está a tua vida agora, com distanciamento. Sem resistência diz: “Eu rendo-me, eu aceito sentir, eu aceito crescer, eu aceito evoluir”. Repete o número de vezes que forem necessárias até se fazer luz, até compreenderes a razão que te trouxe até este momento, até compreenderes que não há vítimas, culpados, bons e maus – tudo faz parte de um enredo do qual tu fazes parte, um enredo que na verdade tu escolheste fazer parte para seres quem és agora, para deixares de ser quem foste no passado e para seres precisamente quem tiveres de ser no futuro.
O que esconde a rendição?
Por trás da rendição existe um tesouro valioso, que nos permite superar as grandes provações – a Fé! É um sentimento vibrante que vive no coração, é a voz dessa parte eterna e sábia de ti, que nunca nasceu, que nunca vai morrer, que apenas se transforma – a tua centelha divina. Essa centelha sabe que veio à Terra transformar o conhecimento em sabedoria, mas para isso acontecer há que experienciar, há que viver a sombra e a luz, há que aceitar sentir a felicidade, mas também a tristeza, a alegria, a dor, o ganho, as perdas. E só há uma forma de conseguires isto. Como? Rendendo-te!
O que tu mais precisas está a acontecer-te agora!
Enquanto te escrevia isto, começou a chover ao mesmo tempo que está a fazer sol, a a minha fé disse-me que algures, embora eu ainda não veja, sei que se está a formar um arco-íris. E é isso que a fé te traz, a certeza de que mesmo não vendo para já, para onde te vai levar determinada situação, tu sabes, com toda a certeza que tudo o que está a acontecer agora, é precisamente aquilo que tu precisas, sempre!
Deixa que essa consciência e conhecimento vibre dentro de ti.
Tu sabes que assim é, já tiveste provas irrefutáveis. Aconteceram coisas lá atrás que te causaram sofrimento, mas que se transformaram em mudanças profundamente positivas na tua vida. Como sabes também, até agora, foste-te cruzando precisamente com as pessoas que precisas de te cruzar, para receber determinados sinais, respostas, mensagens, mostrando-te que a vida funciona como um puzzle… e mesmo quando parece que nada está a acontecer, tudo está a acontecer. Tu não vês, mas está, por isso: rende-te! Rende-te agora mesmo, abraça tudo o que sentes para que o conhecimento se transforme em sabedoria, para que a cura aconteça, para que a aprendizagem se faça, para que as peças do puzzle se encaixem.
Por isso, rende-te!
Deixa-te ser essa folha leve, que sabe que a brisa do vento que lhe toca fazendo-a mudar de direcção, representa o sopro divino do universo a indicar o caminho que ela precisa de seguir. Essa folha sabe que, mesmo sendo levada para debaixo de chuva e tempestades, vai acabar a receber o brilho do sol, que na verdade, existe também, dentro da sua centelha divina.
