Vida - Uma viagem com muitas viagens

Luís Baião // Agosto 15, 2021
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Fui desafiado pela querida Fátima a falar sobre as viagens da minha vida. Pedir a um viajante da vida que fale da sua viagem de vida é fazer com que ele fale de algumas viagens com alma que o alimentam.

Posso, então, começar por dizer que dentro desta grande viagem que é a vida, existem muitas viagens. Já conto com mais de 25 anos a criar viagens com alma pelo mundo, sem nunca esquecer o nosso querido Portugal. A minha paixão pelo mundo cria em mim uma autêntica viagem interna, onde me movimento continuamente apaixonado em partilhar esta minha paixão. Com mais de dois milhões de quilómetros percorridos, mais de 300 viagens, dezenas de passaportes cheios, mais de nove mil participantes viajantes, com centenas de retiros e eventos com alma, só posso concluir que a vida é a verdadeira viagem ao interior e exterior de mim.

Partilho, de seguida, uma sequência incrível de viagens que faço com bastante regularidade. 

. Índia Sul – Sol, Silêncio e Ser

Sair em pleno Inverno para o Sul da Índia e começar aqui esta sequência de viagens é algo que sinto sempre como uma viagem iniciática. Chego à Índia Sul que gosto de chamar “Sol, Silêncio e Ser”. Começo pela rota da seda junto ao mar e sinto a grandeza de Portugal na altura dos Descobrimentos. Do mar para as montanhas é como subir ao céu. As montanhas de Munnar são património mundial, tal como o nosso Douro. A diferença é que aqui o que reina é a planta do chá – e não a nossa, tão característica, vinha – dando um efeito único à paisagem, que jamais esquecemos. Podia ficar somente por aqui, mas desço até aos arrozais Alleppey e entro nas House Boats. Navegamos dias pelo seus arrozais, nestes barcos casa. Este cantinho do mundo é considerado um dos três locais mais românticos do mundo. Mas, esta viagem não termina aqui. Finalizo-a à beira-mar com as partilhas de vivências dos pescadores e toda uma cultura que nos faz sentir amados. Entre missas católicas cantadas em Hindu ou festas nos templos Hindus e Budistas, tudo acontece de forma natural, por vezes ao ritmo da bicicleta. A Índia Sul é uma beleza pouco explorada, que adoro voltar vezes sem conta. Seja sozinho ou acompanhado com os grupos, partilho com paixão e entrega toda esta intensidade.

. Bali – A ilha dos Deus 

Só esta viagem já seria incrível, mas decido apanhar um avião e 8 horas depois estou em Bali, “A ilha dos Deuses”, como gosto de chamar. Os meus corpos, físico e energético, vibram com o movimento de me sentir em cada país como um cidadão do mesmo.

Bali acolhe-nos e leva-nos a mergulhar dentro de nós, no melhor que a vida tem para desfrutar. Aqui gosto de ficar no coração da ilha, em Ubud. Como muitos dizem, esta região no interior da ilha é o centro espiritual que nos leva numa autêntica viagem interior. Arrozais, templos, festas, floresta, cascatas, vulcões, deuses e tudo mais deixa qualquer um despido e entregue à sua essência. Aqui, todos os meus viajantes ficam rendidos a tanta emoção junto com tanta beleza. Fazemos muitas reflexões sobre a vida, que tantas vezes perdemos no ter em detrimento do ser. Saímos desta jornada mais humanos na partilha e compaixão com o mundo.

. Nepal – A tocar no céu

Bali fica para trás, mas a viagem continua. Apanho um avião rumo ao Nepal, a viagem que gosto de chamar “A tocar o céu”. O entusiasmo é sempre enorme depois da Índia Sul e Bali, agora chega a vez das montanhas nevadas e da savana.

Katmandhu, a cidade que me acolhe na sua beleza, com as montanhas dos Himalaias mostra a sua grandeza. Esta cidade nunca dorme e possui uma cultura que nos faz viajar no tempo pelos seus templos, alimentação, história, cultura. Depois de uns dias em Katmandhu gosto de ir para Pokhara. A paisagem para chegar até lá deixa-nos deslumbrados pela quantidade de vales e montanhas que passamos, cada um mais intenso e inebriante que o anterior. 

Pokhara, a cidade do lago, está rodeada com os três maiores e mais conhecidos picos para os escaladores. A sua visão deixa-me sem palavras. Esta cidade no vale é um local mágico! Adoro subir ao templo da paz e meditar ou navegar no lago observando tantas pessoas que se movem com a sua fé para a ilha do templo Hindu. Nesta zona existe também uma grande comunidade de Tibetanos que por aqui ficaram com as suas escolas e cultura instalada.

Muitos conhecem o Nepal, mas nunca se aventuraram na sua selva. Sabem uma coisa? Chitwan faz-nos sentir em África, num safari. Adoro passar aqui uns dias, na savana, entre tigres, elefantes, rinocerontes e tantos outros animais que aqui habitam. As suas gentes e a natureza que nos rodeia fazem o meu ser ficar rendido.

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. Butão – O país da Felicidade

Regresso a Katmandhu de coração cheio, apanho novamente um avião e sigo para o Butão – “O país da Felicidade”. Aqui existe um caminho iniciático rumo ao templo sagrado conhecido como Ninho do Tigre, que é uma das maravilhas do mundo. Este reino do Butão é um local que não me canso de visitar e que gosto de levar grupos de viajantes a sentir, ao meu olhar, este país único no mundo. Aqui vivo com a sensação de que é possível existir um paraíso na terra, onde a natureza é respeitada ao máximo. Águas cristalinas, montanhas nunca exploradas pelo homem, cultura budista cheia de templos, agricultura 100% biológica são alguns dos ingredientes que encanta qualquer um. Assim é o país que tem o Ministério da Felicidade e o FIB (Felicidade Interna Bruta).

. Japão – Sentir o país do Sol nascente

Depois da Índia Sul, Bali, Nepal e Butão adoro acabar esta incursão pelo oriente no Japão. Gosto de chamar a esta viagem: “Sentir o país do Sol nascente”. Esta viagem é sempre realizada em finais de Março, início de Abril, porque esta é a altura da Sakura (cerejeiras em flor). 

A viagem é muito rica e diferente do registo que levamos no oriente. Depois de aterrar em Tóquio, viajamos quase sempre de comboio, barco e teleférico. Tóquio, por si só, já seria uma viagem. A cidade é incrível pela sua cultura, bairros típicos, templos imponentes, diversidade e a doçura das suas gentes. Mas, como viajante, gosto de percorrer os países e aí, sim, percebemos como cada região é diferenciada e única. Seguimos para  Kyoto, que é amplamente conhecida no mundo, leva-nos numa viagem no tempo e pela cultura japonesa. É uma linda e surpreendente cidade. Adoro seguir daqui para Hiroshima e perceber como conseguiram transformar esta cidade na cidade da paz. É preciso estar lá para perceber como o ser humano tem uma capacidade incrível de amar e de transformar tudo através do amor. Num local que viveu um cenário tão terrível como uma bomba atómica, não sentimos a dor e o sofrimento. Sentimos paz. Uma paz tão grande que não é possível ficar indiferente. 

Myiajima é nossa próxima paragem. Esta ilha, que dizem ser dos Deuses, é deslumbrante e o local ideal para passar um dia inteirinho. 

Uma das coisas que mais gosto no Japão é a gastronomia. Muito mais do que apenas o sushi que no ocidente conhecemos. E mesmo esse, é bem diferente do que por cá se pratica. 

Segue-se Takayama, terra dos Samurais. Vamos pela montanha de comboio e chegamos a esta vila que nos faz sentir que entramos num filme de época, numa outra era, e deslumbramo-nos com um cenário único

Muito podia falar de cada local, mas quero deixar a rota completa de uma das viagens mais inesquecíveis da minha vida. Não posso deixar de falar do Monte Fuji, o vulcão que serve de postal para o mundo inteiro. Neste local, depois do comboio apanhamos um teleférico e um barco, para ficarmos a contemplar a montanha entre o nascer-do-sol e o nascer-da-lua. Com os corações cheios, voltamos para Portugal para contar mais umas histórias cheias de magia e experiências.

Movo-me pelo que faz vibrar o meu coração. 

As viagens que realizo com a minha senhora (Daniela Ricardo) fazem-me vibrar o coração. Fazem-me sentir vivo e impelem-me a levar outros a sentirem o mesmo.

Esta viagem ocupa apenas uns meses, mas tantas coisas cheias de subtileza acontecem durante esse tempo. Volto, vezes sem conta, ao longo dos anos a estes locais e é simplesmente delicioso sentir as vivências de cada viagem, assim como a partilha de cada uma delas. São sempre uma lição, para todos nós, de humildade e carinho através sorrisos destes povos.

Viajo não para escapar à vida, mas para que a vida não me escape! 

E, sabendo de antemão que as viagens são as únicas coisas que nos deixam realmente mais ricos. Mais ricos em vivências, em experiências, em partilhas, em conhecimento que fica realmente gravado em nós

Quero levar todos nestas viagens, tendo noção que fisicamente será impossível, mas para a mente, o espírito e a emoção não existem limites. Todos estão convidados a embarcarem connosco ou seguirem umas das viagens que faça vibrar o coração.

Sinto-me atento e grato à vida para que nunca me perca nesta viagem que adoro chamar de VIDA!

Agradeço sempre todo carinho, confiança, amor e companhia ao longo dos anos. Eu adoro viajar! E, existem muitas viagens na minha vida, dentro desta grande viagem que é viver. Esta partilha é apenas uma amostra. Mas, apesar de a minha viagem da vida ter muitas viagens longínquas, não precisa de ser assim.

Todas as vidas têm sempre grandes viagens! 

Portugal nunca é esquecido e aqui também faço autênticas viagens interiores e exteriores.

Sempre a fluir e a sorrir!

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